Data: 12-05-2014
Criterio: B2ab(i,ii,iii,iv);D1
Avaliador: Raquel
Revisor: Luiz Santos
Analista(s) de Dados: Roberta Hering
Analista(s) SIG: Marcelo, Thiago, Ricardo Avancini
Especialista(s): Rafaela Jorge Trad
Justificativa
Subarbusto ramificado ou não, com até 50 cm de altura (Saddi, 1982). Ocorre nos estados do Mato Grosso, município de Chapada dos Guimarães (Saddi, 1982) e Goiás, no Parque Nacional das Emas (PNE), localizado entre os municípios de Chapadão do Céu e Mineiros (CNCFlora, 2013). Encontrada em formações abertas de Cerrado, em fitofisionomias de Campo Cerrado, sobre solos mais ou menos compactados, secos, arenosos ou argilosos, a cerca de 660 m de altitude (Saddi, 1982), coletada tambem em campo recém-queimado (CNCFlora, 2013). Apresenta AOO de 8 km² e população severamente fragmentada. A expansão da fronteira agrícola voltada ao cultivo de soja nas formações abertas de Cerrado (Klink & Machado, 2005) é uma ameaça a espécie que implica em declínio contínuo de EOO, AOO, qualidade do hábitat e do número de subpopulações. Apesar de sua ocorrência em Unidade de Conservação, apresenta subpopulações pequenas com no máximo 50 indivíduos maduros observados no PNE (Trad, com. pess.). Portanto, são necessários investimentos para a elaboração de planos de ação voltados à conservação da espécie na natureza.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Kielmeyera trichophora Saddi;
Família: Calophyllaceae
Espécie descrita em Bradea 4(42): 339,1987. Conforme Saddi (1982), a espécie apresenta folhas sésseis, com base e tamanho foliares característicos, pedúnculo e pedicelos com tricomas peludos ("hairy") e sépalas e pétalas ciliadas. Difere de K. obtecta por forma das brácteas inferiores, tamanho foliar, características da venação e nervura principal glabra na face abaxial, inflorescência curta e tamanho das pétalas; de K. humifusa principalmente por tamanho foliar e de K. amplexicaulis pelos pedicelos e pedúnculo com tricomas peludos ("hairy"), tamanho foliar e sépalas e pétalas menores e ciliadas.
Endêmica do estado do Mato Grosso, da região do município de Chapada dos Guimarães (antigamente conhecida como Santa Anna da Chapada) (Saddi, 1982). Porém, em coleções de herbário há registros da espécie em Goias, em localidades entre os municípios de Chapadão do Céu e Mineiros. Ocorrem em formações aberta de Cerrado, em fitofisionomias de Campo Cerrado, crescendo em solos mais ou menos compactados, secos, arenoso-argilosos, em altitudes de cerca de 660 m (Saddi, 1982).
Subarbustos não ramificados, de até 50 cm de altura (Bittrich & Rodrigues, 2009); foi coletada em campo recém queimado (M.A. Batalha 3854).
7.1.1 Increase in fire frequency/intensity
Incidência
regional
Severidade
very high
Detalhes
Embora as formações típicas de Cerrado sejam adaptadas ao fogo, as queimadas não naturais que ocorrem durante a época seca podem alterar a estrutura e composição florística da vegetação de modo muito mais drástico que as queimadas ocorrentes na época chuvosa. Tendo em vista que a maioria dos focos registrados no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e entorno ocorrem na época seca e são oriundos de causas antrópicas, percebe-se a ameaça que este fator representa para a vegetação e a flora, alterando os processos ecológicos naturais (MMA/ICMBio, 2009).
2.3 Livestock farming & ranching
Incidência
regional
Severidade
high
Detalhes
O gado existente no interior do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e região do entorno causa impacto direto a vegetação local (MMA/ICMBio, 2009).
8.1 Invasive non-native/alien species/diseases
Incidência
regional
Severidade
high
Detalhes
Foram encontradas no Parque as seguintes espécies vegetais consideradas invasoras: Pinus sp. (próximo à Fazenda Sadia Oeste); Schinus therebenthifolius (espécie da Mata Atlântica, encontrada próximo ao rio Mutuca, na área da Sadia Oeste); Tithonia diversifolia (na Casa do Morro); braquiária (Brachiaria sp.) no São Jerônimo, Fazenda Pombal, Véu de Noiva e ao longo da MT-251; Melinis minutiflora (Véu de Noiva e São Jerônimo); Syngonium angustatum; Leucaena leucocephala. O impacto gerado por essas espécies na biodiversidade do Parque Nacional e entorno é desconhecido, mas não deve ser desprezado, tendo em vista os grandes danos causados por elas em outras áreas naturais (MMA/ICMBio, 2009).
1.3 Tourism & recreation areas
Incidência
regional
Severidade
high
Detalhes
O turismo afeta diretamente a vegetação da Chapada dos Guimarães devido ao pisoteio excessivo e à abertura de novas trilhas e atalhos. Veredas, campos úmidos e Cerrados Rupestres são áreas bastante frágeis, nas quais o uso intensivo não deve ser permitido (MMA/ICMBio, 2009).
1.1 Site/area protection
Situação: on going
Observações: Ocorre em Unidade de Conservação: Parque Nacional das Emas (M.A. Batalha 2035).
- BITTRICH, V; RODRIGUES, W.A. 2009. Clusiaceae In:Plantas raras do Brasil / (org) Giulietti, A.M.; Rapini, A.; Andrade, M.J.G. et al – Belo Horizonte, MG : Conservação Internacional. . Co-editora: Universidade Estadual de Feira de Santana. 496 p
- SADDI, N. A taxonomic revision of the genus Kielmeyera Martius (Guttiferae). Ph.D. Thesis, University of Reading, Reading, 1982.
- KLINK, C. A. & MACHADO, R. B. A. A. 2005. conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v.1, n.1, p.147-155.
CNCFlora. Kielmeyera trichophora in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Kielmeyera trichophora
>. Acesso em .
Última edição por Lucas Moulton em 20/11/2014 - 13:24:53